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Cuidados com saúde devem nortear as decisões do consumidor em farmácias

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2020-11-13 14:52:07

 

Mudanças no padrão de consumo devem ditar o ritmo das transformações no varejo farmacêutico pós-pandemia, avaliam analistas de uma consultoria financeira. Preocupação com a saúde e o bem-estar, além da necessidade de encontrar o maior número possível de serviços on-line devem ser as demandas do consumidor das redes, revela o site Seu Dinheiro.

Com as restrições impostas pela pandemia – menos pessoas circulando pelas lojas, adiamento de procedimentos eletivos –, as redes tiveram que se reinventar. A aposta dos serviços digitais foi um acerto. As empresas vêm mostrando bons resultados no terceiro trimestre e devem seguir o movimento de recuperação.

Tanto é que os analistas de varejo da XP Investimentos ouvidos pelo Seu Dinheiro estão otimistas e com uma visão construtiva para o setor. Segundo dados da IQVIA, consultoria especializada no setor farmacêutico, o mercado varejista de farmácia brasileiro tem espaço para crescer 4,1% em 2020 e 10,3% em 2021.

Quando se vive em meio a uma pandemia, o cuidado com a saúde e o bem-estar tende a ser maior. Os consumidores passaram a ficar mais preocupados com o aparecimento de possíveis doenças e querem fazer de tudo para evitar adoecer.

Segundo os analistas, esse comportamento preventivo já tem feito as farmácias investirem em um mix de produtos cada vez maior. A tendência é que elas se tornem verdadeiras unidades de saúde, com serviços diversos que incluem testes rápidos para detecção de doenças.

Levando em consideração essa tendência, os analistas acreditam que a Raia Drogasil e a Pague Menos são as empresas que mais têm condições de se beneficiar do movimento, apurou o Seu Dinheiro.

As duas empresas se anteciparam e durante a pandemia passaram a atuar de forma mais completa. Atualmente, 65% das lojas da Raia já aplicam injetáveis e 42% oferecem testes para a Covid-19. Na rede da Pague Menos, mais de 65% das unidades já possuem uma sala para consulta, segundo o Seu Dinheiro.

Para os especialistas do setor, a farmácia pós-pandemia deve resgatar o papel do farmacêutico e funcionar como um estabelecimento de conveniência de saúde. Nesse caso, uma boa estrutura das lojas é essencial, mas não é a única coisa.

Impossibilitados de sair de casa, o e-commerce foi a solução encontrada por grande parte da população, que não deve abandonar a nova prática com o fim das restrições impostas pelo distanciamento social. Para os analistas da XP Investimentos, atuar em mais de um canal é essencial para o sucesso nos próximos anos.

A tendência de envelhecimento da população brasileira é outro ponto a ser considerado. O número de idosos no Brasil, que hoje é de 60 milhões, deve dobrar até 2050 – o que tende a favorecer as empresas do setor, já que é uma faixa de idade com maior probabilidade de desenvolver doenças crônicas e um consumo maior de medicamentos.

Para os analistas, a estratégia de apostar em formatos menores e mais populares deve acelerar o processo. “A concorrência tende a ser principalmente com redes independentes ou menores, que são muito menos estruturadas, capitalizadas e oferecem um mix de produtos com menor sortimento”, dizem eles, segundo o Seu Dinheiro.

A tendência de crescimento no uso de genéricos é outra boa notícia para o setor, segundo os analistas, já que abrem a porta para o crescimento da margem. A XP Investimentos vê potencial elevado de avanço desse mercado – enquanto no Brasil o segmento representa menos da metade das vendas, no exterior os genéricos chegam a dominar 70% do mercado.

Eles estimam que, para cada ponto percentual de participação das vendas que os genéricos ganham dos medicamentos de marca, as margens brutas aumentam em aproximadamente 0,3 p.p.

Por fim, as empresas que se preocupam com ações ligadas ao meio ambiente, social e governança (ESG) têm um peso cada vez maior na tomada de decisões dos investidores. No setor de farmácias, segundo a corretora, o social é o que mais pesa, já que elas possuem um papel importante a desempenhar quando o tema é saúde e devem realizar um movimento para melhorar os acessos aos cuidados básicos e aumentar a acessibilidade dos medicamentos.