2018-04-20 11:00:08
Dermatite atópica, urticária, síndrome de Stevens-Johnson… Cada doença tem um tipo de tratamento.
Como identificar uma irritação de pele? O diagnóstico é difícil, com várias consultas sem respostas, mas muito necessário. Só assim é possível fazer o tratamento correto. A alergista Ariana Young e a dermatologista e consultora Márcia Purceli falaram sobre essas crises de coceira sem fim no Bem Estar desta quinta-feira (19).
Urticária crônica espontânea
Uma doença que afeta muito a vida das pessoas: a urticária. A assistente social Rosana Langguth explica qual a sensação: “eu senti uma coceira no pé, como se fosse uma mordida de inseto. Só que essa lesão, essa bolinha, começou a crescer, a aumentar, coçar cada vez mais”.
Foi de uma hora para outra – a coceira sem fim e o corpo todo cheio de manchas. A mesma sensação da advogada Mônica Gazoni Russo. “Eu não sabia o que era. Era uma coisa que coçava, ardia, doía. Ninguém conseguia fechar um diagnóstico.”
Rosana passou cinco anos sem diagnóstico e sem tratamento, até os médicos descobrirem a urticária crônica espontânea. Depois disso, tudo mudou. Com o tratamento certo, a autoestima, a energia, tudo voltou! As duas fizeram tratamento com doses especificas de antialérgicos, mas só conseguiram controlar a doença depois que passaram a tomar um remédio biológico, uma vez por mês, no hospital.
A urticária é uma reação do sistema imune, que é ativado para combater algum alergéno através da ativação das histaminas. A sensação é como se a pele estivesse queimando. Pode ser desencadeada por alimentos, corantes, substâncias químicas e remédios.
Dermatite atópica
A doença crônica causa inflamação na pele, resultando em lesões avermelhadas que apresentam crostas, coçam, descamam e às vezes ficam úmidas. Pode afetar pessoas com histórico familiar de asma ou rinite alérgica e não é contagiosa.
Mais comum na infância, pode desaparecer com a idade ou piorar. Em 90% dos casos, a criança apresenta melhora depois da puberdade, pois a oleosidade da pele que aparece na adolescência contribui para a restauração da barreira da pele que melhora o ressecamento.
Para evitar as crises, é muito importante manter a pele hidratada. Anote cinco regras básicas: banho rápido, morno, com pouco sabonete, sem bucha e apenas uma vez ao dia. Os tratamentos incluem pomadas, cremes e uso diário de hidratante.
Síndrome de Stevens-Johnson
Um edema na boca que evoluiu muito rápido. Depois, manchas vermelhas por todo o corpo e nenhum diagnóstico. A família da Maria Julia, de um ano e meio, passou por um susto. Depois de idas e vindas aos hospitais, veio o resultado: síndrome de Stevens-Johnson – uma reação do sistema imunológico a alguns medicamentos, geralmente antibióticos e anti-inflamatórios.
A síndrome é rara e o problema é o diagnóstico tardio. “Os primeiros sintomas podem surgir duas a seis semanas após o início do tratamento. Isso é o que dificulta um pouco o diagnóstico e a relação causa e efeito”, explica a alergista e imunologista Rosana Gianicco.
O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. Os sintomas podem ser semelhantes aos da gripe, como cansaço, dor muscular e dor de cabeça, que rapidamente são acompanhados de lesões avermelhadas, que se espalham no corpo inteiro.