2019-01-17 10:30:08
Considerada umas das enfermidades mais antigas da humanidade, a hanseníase ainda hoje representa um problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo do mundo em número de casos novos, superado apenas pela Índia. Em 2017, foram registrados cerca de 26 mil casos.
A doença infectocontagiosa se manifesta por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos como dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés. É transmitida pelas vias aéreas superiores – pela tosse ou espirros – a partir do contato próximo e prolongado com o paciente infectado. Embora o tratamento esteja disponível no sistema público , uma das principais dificuldades é a falta de adesão ao tratamento. É o que salienta o farmacêutico Carlos Augusto Sousa, do Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal/Laboratório de Micobactérias (LACEN-DF). “A hanseníase está associada à resposta imunológica do paciente, independe de classe social. A hanseníase voltou a recrudescer pela queda na busca ativa de casos e pelo abandono do tratamento de alguns pacientes. O abandono é preocupante, pois, além de não curar o paciente não quebra a cadeia de transmissão da hanseníase, pode induzir a resistência do bacilo.”
Carlos Augusto trabalha na supervisão, diagnóstico e controle da hanseníase. O farmacêutico chama a atenção para os sinais e sintomas da doença, como manchas esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas, bem como perda de sensibilidade de extremidades, áreas com diminuição de pelos e suor. Ao verificar esse quadro é importante buscar o diagnóstico e o tratamento o quanto antes. “O diagnóstico é clínico com exame dermatoneurológico e, também exame baciloscópico do raspado intradérmico feito ao microscópio. Hanseníase tem cura. O tratamento é feito, assim como o diagnóstico, pelo SUS de maneira gratuita através da PQT (poliquimioterapia) preconizada pela OMS, conforme a classificação que recebe em paucibacilar ou multibacilar, levando de 6 a 12 meses de tratamento, podendo ser prolongado dependendo resposta do paciente.”
Janeiro é o mês da campanha nacional Janeiro Roxo pela luta contra a hanseníase. O objetivo é informar e oferecer o tratamento correto para a doença.
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