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Os vilões que impedem uma gestão mais eficiente na sua farmácia

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Foto: Reprodução

Não podemos esquecer de algumas ações e controles (internos) fundamentais para termos uma capacidade maior de enfrentar os considerados vilões.

Concorrência, carga tributária elevada, produtos com margens de lucro cada vez menores, falta de mão de obra especializada e comprometida, rupturas no estoque, processo de precificação inadequado, falta de capital de giro, enfim, esses são alguns dos vilões que cercam as farmácias e que dificultam elas terem um resultado cada vez mais sólido e duradouro.

Já faz anos que o varejo farmacêutico vem passando por alto grau de competitividade e quem não estiver preparado tenderá a ter grandes dificuldades não só para se manter no mercado, mas também conseguir um resultado cada vez mais sólido e consistente. Considerando esse cenário, esse artigo tem como finalidade principal apontar, ou pelo menos tentar, quais são os verdadeiros vilões (ou vilão) que fazem com que as farmácias não consigam ter uma gestão realmente eficaz.

É fato que o varejo farmacêutico está cada dia mais competitivo, porém, ao atentarmos apenas para o que acontece no mercado externo acabamos por esquecer algumas ações e controles (internos) fundamentais para termos uma capacidade maior de enfrentar os considerados vilões.

Presenciamos no varejo que, a cada três farmácias que contratam um consultor especialista no ramo, duas pedem aumento de faturamento, mas sequer tem, ou se preocupa em ter, um controle realmente eficaz de suas despesas, um planejamento correto de compras, de estoque ou mesmo uma precificação correta que seja competitivo e ao mesmo tempo não onere seus resultados.

Ao longo de anos na jornada como consultor especializado no varejo farmacêutico, estou cada dia mais convicto de que a atenção (ou culpa) é ou está sendo desviada para esses vilões, deixando o processo de gestão para segundo plano. Percebemos que para alguns é muito mais fácil dizer “a concorrência é desleal” ou “não encontro um parceiro que atenda às minhas necessidades” ou, ainda, “não tenho poder de negociação”, ou “não sei fazer um processo de precificação eficiente”, entre outras desculpas que certamente todos nós já ouvimos.

Se você perguntar para qualquer gestor de farmácia se seu desconto comercial junto aos seus parceiros está adequado às suas necessidades ele vai dizer que não. Mas, se futuramente esse desconto aumentar 10%, 15% ou 20%, ainda sim vamos escutar que o mercado continua desleal, que o resultado está cada vez mais apertado. Sabe por quê? É fácil, seu lucro continuará “escorrendo pelo ralo”. Isso porque não há uma gestão correta, não há um planejamento eficaz. Enfim, não há vilões e sim um vilão que não se atenta que é necessário mudar, especializar e evoluir periodicamente.

Um exemplo claro foi, a muitos anos, a entrada do genérico no varejo farmacêutico. Todos diziam: agora tudo vai melhorar! Está aí, compra-se genéricos com um desconto bem melhor do que os medicamentos considerados “de marca” e pelo que podemos perceber, as coisas continuam ruins para os que não fazem gestão.

Outro exemplo foi a entrada das operações logísticas (OL) que propiciam negociações diretas com os laboratórios e com descontos mais elevados. Porém, mesmo com essa melhora no potencial de compra, os resultados ainda continuam “apertados”.

Precisamos mudar urgentemente uma “situação” que se chama cultura. Muitos dos gestores do varejo farmacêuticos acham que a cultura administrativa de 20 anos atrás (época inflacionária ou de sonegação) se encaixa no mercado atual.

Diante do processo evolutivo do mercado, é fundamental uma gestão de compra correta, um controle efetivo de seus estoques e despesas, trabalhar com metas, estudar o mercado, treinar seus funcionários, se especializar cada dia mais em diversos requisitos que são extremamente necessários para entender como realmente se administrar uma farmácia.

Muitos já se atentaram a essa necessidade e estão se reciclando e evoluindo mesmo que lentamente, outros sempre acham que as coisas irão melhorar e existem aqueles que acham que não tem mais jeito.

Então, fica a dúvida: será mesmo que são esses vilões que impedem uma melhora gradativa nos resultados ou seria a falta de uma gestão correta que possibilite sabermos um pouco mais sobre o verdadeiro potencial de nossa farmácia e qual caminho realmente seguir?

Acredito que os dois têm seu peso fundamental no processo efetivo de melhora e cada um será maior ou menor dependendo da cultura que cada gestor pretenderá seguir: a antiga ou a necessária.

Contudo, se nos atentarmos a algumas ações que possibilitem nosso crescimento profissional e deixarmos de lado a vaidade, o pessimismo, a acomodação e colocarmos a “mão na massa” com certeza nossos resultados serão significativamente melhores.

Fonte: Guia da Farmácia